A guerreira rosa

Hoje eu quero compartilhar com vocês a história da Cris, minha amiga Anne Hathaway que corre, costura, é linda, gentil, amável, tem uma fé incomparável e ainda arruma tempo pra ser fonoaudióloga. Sabe aquelas pessoas que Deus te agracia as colocando em sua vida? a Cris é uma delas.

Em 2010 a Cris havia ficado noiva e iniciado os preparativos de seu casamento, ela iniciou também uns exames de rotina e nupciais que a diagnosticaram com Câncer de Mama. Das pessoas que conheço que passaram por doença semelhante, a Cris é que mais me impressiona, vocês vão entender porquê. Ela preparou um relato de sua história para eu compartilhar com vocês aqui no blog, especialmente neste mês em que o Outubro Rosa já faz parte de nossas vidas. Espero que gostem e possam dimensionar o tamanho da fé e força desta mulher incrível que tenho orgulho de chamar de amiga.

Cris e eu no Outubro Rosa do ano passado.


Cristiane Peçanha
41 anos

“ Em outubro de 2010 fiz 37 anos e fiquei noiva com o casamento já marcado para fevereiro de 2011. Como só tinham 6 meses para organizar tudo, criei uma lista de prioridades: local da cerimônia; Buffet; vestido; adereço de cabelo ( que estava deixando crescer para colocar uma peça bem bonita); damas e tudo mais que uma noiva precisa para realizar o grande dia.

Tudo resolvido e organizado, então chega o momento de realizar meus exames de rotina como ultra-som, mamografia, exames de sangue, enfim vários outros e também os pré nupicias. Como de costume, estava tranqüila, pois para mim eram exames corriqueiros.  Fiz a mamografia de rotina, que já fazia desde os 35 anos, mesmo não tendo histórico de Câncer de Mama na família. No tempo em que aguardava o laudo ficar pronto,  ligaram da clínica para solicitando a realização de uma nova imagem. Fui e nem fiquei “grilada”.

Quando o laudo ficou pronto, nem tive a curiosidade de ler, logo levei à médica, imaginando que não havia nada errado,  mas foi completamente o contrário. Fui diagnosticada com Carcinoma maligno in situ e precisava retirá-lo o mais breve possível. Aí começou toda a angústia e sensação de medo.
Em  9 de novembro realizei a primeira cirurgia que foi super  tranquila. Continuei minha vida normalmente, trabalhando e correndo sempre. Não pensava que poderia ser um tumor maligno. 




Por volta do dia 20 de novembro saiu o laudo da biopsia do nódulo retirado na cirurgia, e eu estava em BH quando minha mastologista me ligou e disse que o laudo tinha saído e que era  para eu ir ver junto com ela. Estávamos em cidades diferentes e não havia a possibilidade de encontrá-la tão logo. Sendo assim, no outro dia cedo, eu liguei em seu  consultório e o resultado  veio como bomba... Câncer, tumor maligno e precisava de outra cirurgia.

A segunda cirurgia foi mais agressiva, pois a borda de segurança para retirada foi maior e também tinha que tirar o linfonodo sentinela para ver se precisaria de esvaziar a axila, um procedimento de segurança. A cirurgia correu bem, mas o resultado da biopsia do tumor retirado indicava a necessidade de radioterapia e possivelmente quimioterapia.

O tumor era muito pequeno ( 0,9 cm) e o que os médicos me explicaram é que tumores menores que 1 cm, geralmente não tem indicação para quimioterapia,  apenas radioterapia. Mas minha oncologista e outros 5 médicos da equipe acharam mais prudente realizar o tratamento medicamentoso devido a minha idade.

Sempre fui  uma mulher muito prática e decidida e durante minha doença não foi diferente, se tinha que fazer, que começasse logo. Era véspera de Natal e eu não queria estragar festa de final de ano de minha família, então comecei o tratamento em 7 de janeiro.  Logo no início, cortei meu cabelo bem curtinho, pois a única certeza era de que meu cabelo cairia todo. Adiei meu casamento e continuei vivendo um dia após o outro confiando em Deus e sua misericórdia.



Foram 4 ciclos de quimioterapia, uma bomba, sensações inexplicáveis, dores em todo o corpo, enjôo, mal estar... mas não me deixava abater, tomava tudo que diziam ser bom e de fato era. Durante o tratamento, quase fui internada devido a uma baixa de imunidade terrível e fiquei completamente sem resistência. Não perdi nenhum ciclo e terminei carequinha, mas uma careca muito elegante (rsrsrsr). 


Após as quimioterapias, foram 30 sessões de radioterapia, super tranqüila, sem intercorrência.
Casei em Julho praticamente careca, mas foi uma cerimônia linda e cheia de emoção. Agora faço controle de 6 em 6 meses e nenhum outro foco de Câncer apareceu em meu corpo. Estou ótima.
Minha alegria é poder falar para as pessoas que o Câncer, mesmo podendo matar, pode ser curado, desde que tenhamos diagnóstico precoce e tratamento adequado. Precisamos ter sempre cuidado e atenção com nossa saúde. "



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